25 fevereiro 2010

Help the aged

One time they were just like you, drinking, smoking…
And if you look very hard behind the lines upon their face you may see where you are headed and it's such a lonely place…Teach you stuff although he's looking rough.
In the meantime we try to forget that nothing lasts forever. No big deal so give us all a feel. Funny how it all falls away.
When did you first realise? You can dye your hair but it's the one thing you can't change: can't run away from yourself...

(a partir de "Help The Aged", Pulp)

21 fevereiro 2010

Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte
Sou a irmã do sonho e desta sorte (…)
Sombra de névoa ténue e esvaecida
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

(Florbela Espanca)

Balada de um estranho

Hoje acordaste de uma forma diferente dos outros dias
sentes-te estranho tens as mãos húmidas e frias
tentas lembrar-te de algum pesadelo mas o esforço é em vão
parece-te ouvir passos dentro de casa mas não sabes de quem são
Deixas o quarto e vais a sala espreitar atrás do sofá
mas aí tu já suspeitas que os fantasmas não estão la
vais a janela e ao olhares pra fora sentes que perdeste o teu centro
e de repente descobres que chegou a hora de olhares para dentro
Vês o teu nome escrito num envelope que rasgas nervosamente
tu já tinhas lido essa carta antecipadamente
e os teus olhos ignoram as letras e fixam as entrelinhas
e exclamas: "mas afinal... estas palavras são minhas!"
O caminho para trás está vedado e tens um muro a tua frente
quando olhas para os lados vês a mobília indiferente
e abandonas essa casa onde sentiste o chão a fugir
arquitectas outra morada, mas sabes que estas a mentir.
Porque há qualquer coisa que não bate certo
qualquer coisa que deixaste para trás em aberto
qualquer coisa que te impede de te veres ao espelho nu
e não podes deixar de sentir que o culpado és tu

(Jorge Palma)

19 fevereiro 2010

As salaam alaykum


Se a ti, senhor, venho com todo o respeito, seguramente a questão não é o medo.
Onde acabam os teus começam os meus direitos, não os subestimes que eu também tenho um ego. Olhas para mim com iniquidade… Tem cabimento alguém ignorar a minha existência?
Senhor dos ismos deixa lá isso: não é actual, o teu mundo foi ontem. Tu estás perdido, não faz sentido desrespeitar a liberdade do homem
Não reina a paz onde não houver justiça
Não reina a paz onde os homens não são iguais
Não há sossego enquanto houver rejeição
É chegado o momento de agir com prudência
É chegado o momento de encontrar uma solução
Analisem, opressão não prospera
Analisem, imposição não coopera

(a partir de “Senhor dos ismos”, de Prince Wadada, in Natty Congo)